sábado, 7 de março de 2015

Pin Ups

Pin Ups




   No início, lugar de pin-up era na parede. Bom, deixa eu tentar explicar isso aí.
   “Pin-up” é um termo inglês que significa “pendurar” e isso se deve ao fato das imagens, catálogos e calendários dos anos 30 a 50, onde apareciam constantemente essas mulheres de ar inocente e ao mesmo tempo sensual, ficarem pendurados nas paredes dos locais onde os soldados residiam, alcançando as fuselagens das máquinas de combatente e as várias oficinas, como ainda acontece nos dias de hoje.

A Historia

   O termo foi documentado pela primeira vez em inglês em 1941; contudo, seu uso pode ser rastreado pelo menos até a década de 1890.
   A expressão “cheesecake” é sinônimo de “foto pin-up”. O mais antigo uso documentado neste sentido é de 1934, antecipando-se a “pin-up”, embora anedotas afirmem que a expressão estava em uso na gíria pelo menos 20 anos antes, originalmente na frase (dita sobre uma bela mulher) better than cheesecake (algo como um verdadeiro pitéu).
   Lembrando que neste período mostrar as pernas era atitude subversiva e ser fotografada nua, atentado ao pudor, lápis e tinta davam forma a essas mulheres, carinhosamente chamadas de “armas secretas” pelos soldados americanos.
  Podemos pensar que foi nesse instante que o feminismo e os demais movimentos relacionados ao estilo de vida das mulheres começaram.  
   Apesar das pin-ups terem ganhado força a partir dos anos 30, é importante ressaltar que muitas delas surgiram ainda no século XIX, em cartazes de espetáculos e anúncios inovadores para a época. A exemplo disso, temos o cartaz que divulga o Moulin Rouge, no final do século XIX e início do século XX.








   Muitas pin-ups eram fotografias de celebridades consideradas sex symbols. 

Betty Grable foi uma das mais populares dentre as primeiras “pin-ups”. Um de seus posters tornou-se onipresente nos armários dos soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial, onde ela servia de alívio para os pracinhas que arriscavam a vida nos campos de batalha.
Outras pin-ups eram trabalhos artísticos, frequentemente representando versões idealizadas do que alguns imaginavam ser a representação de uma mulher particularmente atraente. Um exemplo antigo do último tipo foi a Gibson girl (garota de Gibson), desenhada por Charles Dana Gibson. 

       



Criadores de pin-ups



Alberto Vargas (1896-1982): nascido no Peru, Vargas chegou a Nova York em 1916 e seus primeiros trabalhos foram cartazes para as peças teatrais na Broadway, nos quais já mostrou seu talento em retratar as belas atrizes. Desde os anos 20 criou várias ilustrações exóticas de nudez feminina, mas foi somente nos anos 40 ao trabalhar para a revista masculina Esquire que suas pin-ups girls tornaram-se famosas e populares. Nos anos 60 e 70, ele foi o principal ilustrador da Playboy e criou ilustrações de pin-ups que viraram verdadeiras obras primas.





George Petty (1894-1975): sua fama vem da série de pin-ups que desenhou para a Esquire de 1933 até 1956, que ficou conhecida como “The Petty Girl”. Suas garotas ficaram mais famosas ainda ao serem reproduzidas nos aviões de combate usados pela Força Aérea norte-americana na Segunda Guerra Mundial, incluindo o “Memphis Belle”, um B-17 conhecido como “fortaleza voadora”.






Gil Elvgren (1914-1980): muitos minimizam seu valor por o considerarem um artista muito comercial, mas é justamente pela intensa criação de pin-ups para campanhas publicitárias de produtos da Coca-Cola e da General Electric, entre outras marcas, que Gil Elvgren tornou-se um dos mais importantes criadores de pin-ups no século 20. Além do seu trabalho para publicidade, ele contribuiu com ilustrações para importantes revistas americanas, como a Cosmopolitan.




Características 

   O conceito das garotas pin-up era bastante claro: eram sensuais e ao mesmo tempo inocentes. A verdadeira pin-up jamais poderia ser vulgar ou oferecida, apenas convidativa. Asseguradas pelos traços sofisticados vindos da art-nouveau, elas vestiam peças de roupa que deixavam sutilmente à mostra suntuosas pernas e definidas cinturas. Era o bastante para alimentar a fantasia dos marmanjos. Das ilustrações de papel, as pin-ups logo ganharam vida ao serem encarnadas por atrizes como Betty Grable e Marilyn Monroe, ou fotografadas por modelos voluptuosas como Bettie Page, também chamada de “rainha das curvas”.

Pin Ups Girls

  As pin-ups mostraram o poder das mulheres muito antes do feminismo e da revolução sexual. Nas décadas que antecederam o surgimento desses movimentos libertários dos anos 60, a ilustração e a fotografia de garotas atraentes ou famosas já revelavam os primeiros sinais da liberação feminina, ao mostrar o poder do corpo e da sensualidade da mulher na cultura popular.
   Essa visão das pin-ups, que se opõe a uma percepção tradicional, é o resultado de novas opiniões e estudos sobre o fenômeno, como o desenvolvido por Maria Elena Buszek no livro “Pin Up Grrrls”. Uma visão que tem mostrado as contradições entre a imagem das pin-ups como criações masculinas e objetos sexuais e ao mesmo tempo como representação da liberação feminina, da elevação do prazer sexual da mulher e da expressão de sua beleza e desejos.
  Num universo dominado pelos valores masculinos, as pin-ups (e outras representações artísticas femininas, como as femme fatales ou as vamps) usaram da sexualidade, a principal arma ao seu dispor, para se contrapor ao poder patriarcal e controlar os homens. Esse fenômeno começou com o aumento da influência da burguesia, o surgimento das modernas técnicas de reprodução na imprensa e a invenção da fotografia. Fatores que possibilitaram a popularização da sensualidade feminina como um produto de consumo.
   Em Paris, dois artistas, Alphonso Mucha e Jules Cheret, criaram as primeiras imagens de mulheres em poses sensuais para pôsteres, com trabalhos marcados pela presença de contornos e detalhes.
  No decorrer do século 20, o fenômeno evoluiu em diferentes manifestações nas artes. Uma delas misturou sensualidade e bom-humor e criou retratos de garotas com seios volumosos, cinturas finas, pernas longas e torneadas e rostos sensuais. Esses retratos, por terem sido feitos originalmente para serem pendurados nas paredes, e por extensão as garotas que serviram de modelos para eles passaram a ser chamados de pin-ups.
   Mas, as pin-ups não se limitaram a ficar atrás de portas e em paredes e saíram dos retratos e caricaturas para invadir o cinema e outras manifestações artísticas. A atriz Marilyn Monroe tornou-se uma das mais famosas pin-ups de todos os tempos. Além de ser um símbolo do sex-apeall no cinema, ela foi imortalizada na cultura pop nos retratos de Andy Warhol e em suas fotos na revista Playboy.
   Antes criadas e retratadas unicamente pelas mãos masculinas, muitas pin-ups assumiram nas últimas décadas o controle de sua própria imagem e estilo. 

Referências:
olavosaldanha.wordpress.com
lounge.obviousmag.org (Carina Santos)
lazer.hsw.uol.com.br (Sílvio Anaz)
super.abril.com.br (Juliana Cunha)
wikipedia.com

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